
Entrevista em Vídeo com a ANPAC – Administração de Condomínios em Portugal
Entrevista em Vídeo com a ANPAC Após a publicação da versão escrita no nosso blog, partilhamos agora a entrevista em …
A SolidSoft entrevistou a ANPAC – Associação Nacional de Profissionais de Administração de Condomínios, com o objetivo de conhecer melhor a missão, os desafios e as perspetivas de futuro da associação que representa os profissionais do setor.
Pode começar por apresentar brevemente a ANPAC?
A ANPAC – Associação Nacional de Profissionais de Administração de Condomínios – é uma entidade de âmbito nacional que representa e apoia os profissionais e empresas do setor da administração de condomínios. Fundada com o propósito de dignificar a profissão e promover boas práticas, a ANPAC assume um papel ativo na defesa dos interesses dos seus associados e na construção de um setor mais transparente, profissionalizado e credibilizado.
Quais são os principais objetivos e missão da Associação no setor da administração de condomínios?
A missão da ANPAC centra-se na valorização da profissão, na capacitação contínua dos seus membros e na promoção de um quadro regulatório que responda eficazmente às necessidades reais da atividade. Os principais objetivos incluem:
Como avalia atualmente o setor da administração de condomínios em Portugal?
O setor tem vindo a crescer e a ganhar visibilidade, acompanhando a complexificação do edificado urbano e suas necessidades, assim como a exigência crescente dos condóminos. No entanto, continua a enfrentar obstáculos estruturais, com destaque para a ausência de regulamentação da atividade, a informalidade de muitas práticas e a falta de reconhecimento institucional da profissão.
Quais os principais desafios que as empresas de administração enfrentam no dia-a-dia?
Entre os principais desafios destacam-se:
Há diferenças significativas entre pequenas e grandes administrações de condomínios?
Naturalmente que existem diferenças. As empresas de maior dimensão tendem a dispor de mais recursos humanos e tecnológicos, o que lhes permite uma atuação mais estruturada, ainda que menos adaptável às particularidades de cada condomínio/condómino. Por outro lado, as pequenas empresas, muitas vezes de cariz familiar, conseguem oferecer um serviço mais personalizado, mas enfrentam maiores dificuldades na gestão da complexidade legal e administrativa do setor. Em qualquer dos casos, a falta de formação e, sobretudo, de regulamentação e exigência de qualificação afeta negativamente todo o mercado, penalizando todos os profissionais sérios.
De que forma a ANPAC apoia as empresas associadas?
A ANPAC disponibiliza algum apoio técnico, formação contínua, manuais de orientação, conteúdos atualizados e um espaço único para partilha de experiências e dificuldades do dia a dia entre profissionais do setor, promovendo um verdadeiro espírito de comunidade. A associação atua ainda como interlocutor junto das entidades públicas, representando os interesses do setor de forma concertada.
Quais os serviços ou iniciativas que mais têm beneficiado os associados?
Entre as mais valorizadas destacam-se:
Pode partilhar algum exemplo de casos em que a ANPAC tenha conseguido influenciar positivamente o setor?
Um exemplo significativo foi a participação ativa da ANPAC no processo de revisão do regime jurídico da propriedade horizontal, através da apresentação de propostas e pareceres técnicos fundamentados.
A ANPAC tem também promovido, junto das autarquias e entidades reguladoras, a valorização da administração profissional de condomínios como elemento essencial na manutenção do edificado urbano.
Também junto do Banco de Portugal, a ANPAC tem promovido contactos e reuniões que permitam fazer sentir as necessidades crescentes dos associados perante as idiossincrasias do cada vez mais complexo sistema bancário.
Qual considera ser o papel da tecnologia no futuro da gestão de condomínios?
A tecnologia é um elemento indispensável à modernização da atividade. Permite maior eficiência, transparência e proximidade com os condóminos. Automatizar processos, digitalizar comunicações e integrar informação em tempo real são fatores que contribuem para a credibilização do serviço prestado. É cada vez mais importante a utilização da tecnologia nos processos recorrentes e tarefas rotineiras, por forma a retirar o erro humano nesses procedimentos.
Que tipo de ferramentas ou soluções tecnológicas são hoje indispensáveis para uma administração eficiente?
São indispensáveis:
A ANPAC tem alguma iniciativa ou recomendação específica nesta área?
Sim. A ANPAC recomenda vivamente a adoção progressiva de ferramentas tecnológicas e promove ações formativas sobre estas soluções. Além disso, tem vindo a estabelecer parcerias com empresas do setor tecnológico para facilitar o acesso dos associados a plataformas inovadoras, com condições vantajosas. Revela-se absolutamente crítico a criação de programas informáticos específicos no âmbito da manutenção de edifícios e gestão diária de tarefas, tornando-os menos falíveis e mais eficientes.
A legislação atual responde de forma eficaz às necessidades das administrações de condomínios?
Além da legislação ser muito dispersa, a existente está ainda desajustada à realidade da gestão de edifícios pelo que responde de forma manifestamente insuficiente. O regime da propriedade horizontal regula certos aspetos da vida em condomínio (ainda que, repita-se, aquém da realidade atual), mas não existe qualquer legislação que reconheça, defina ou regulamente a atividade de administração profissional de condomínios. Essa lacuna tem consequências diretas na qualidade do serviço prestado e na proteção dos condóminos.
Existem alterações ou medidas que a ANPAC considera prioritárias para melhorar o setor?
De entre muitas sugestões e soluções previstas, a ANPAC considera prioritárias:
Como vê o papel dos tribunais e mediação de conflitos entre condóminos e administrações?
O regime da Propriedade Horizontal é uma matéria pouco debatida em sede judicial, sendo por isso pobre em jurisprudência de relevo. Na verdade, há muitos temas levados a juízo além das cobranças de quotas em atraso. Em todo o caso, sugiro que recurso aos tribunais deve ser o último recurso. A ANPAC defende a criação de mecanismos especializados de mediação e arbitragem para litígios em contexto de condomínio, com profissionais capacitados para resolver estas situações de forma célere, justa e economicamente acessível.
Quais as principais tendências que podemos esperar para os próximos anos na gestão de condomínios em Portugal?
As tendências mais visíveis incluem:
Que mensagem gostaria de deixar às empresas que ainda não são associadas da ANPAC?
Fazer parte da ANPAC é integrar uma comunidade ativa, informada e comprometida com a valorização da profissão. É ter acesso a recursos, formação e partilha que fazem a diferença no desempenho diário. E é também contribuir para a construção de um setor mais forte e respeitado. Por último, não é despiciendo dar nota que ao ser associado da ANPAC, terá incluído na quota um seguro de responsabilidade civil empresarial e exploração, que protege de forma eficaz a atuação como administração de condomínio.
Que conselhos dariam a quem está a começar nesta atividade?
Que não subestimem a complexidade da atividade. Ser administrador de condomínio é mais, muito mais, que pagar faturas e emitir recibos aos condóminos. É fundamental investir desde cedo em formação adequada, conhecer a legislação aplicável, e procurar o apoio de estruturas associativas como a ANPAC. A gestão de condomínios exige profissionalismo, ética, organização e capacidade de lidar com pessoas e conflitos.
Entrevista conduzida pela SolidSoft. Publicado em parceria com a ANPAC.
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